O cirurgião-dentista Ronaldo Rettore: “o uso de bisfosfonatos se constitui numa fonte de preocupação para os cirurgiões-dentistas e médicos”
Os implantes dentários são cada vez mais comuns no Brasil, o que é muito positivo para grande parte da população, sobretudo a mais idosa, que perde dentes com mais facilidade por fatores diversos como doenças gengivais, cáries, traumatismos e acidentes em geral.
Recentemente pesquisas apontam o uso dos bisfosfonatos – nome geral de uma classe de medicamentos usados na prevenção e no tratamento da osteoporose, entre outras doenças- como sério risco para os implantes dentários, pois provocam uma reclusão do osso e, muitas vezes, os cirurgiões dentistas, especialistas em implantodontia, não sabem que o cliente está usando este medicamento.
O cirurgião-dentista Ronaldo Rettore Júnior, implantodontista mineiro, precursor dos implantes em Minas Gerais, explica que bisfosfonatos (BF) são os medicamentos mais utilizados em alterações do cálcio e do metabolismo ósseo de muitas situações clínicas, tais como osteoporose, no excesso de cálcio no sangue (hipercalcemia maligna), e doença de Paget – doença no osso, considerada benigna, considerando que em todas estas doenças, reconhecidamente, causam reabsorção óssea.
“A terapia medicamentosa com o uso de bisfosfonatos se constitui numa fonte de preocupação para os cirurgiões-dentistas e médicos, após relatos de vários casos de necrose do tecido ósseo com a diminuição de sua vascularização – a osteonecrose, devido ao uso de bifosfonatos (OMB).”, salienta.
A osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonato, segundo a American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS), é uma doença que se caracteriza por uma área de exposição óssea na maxila ou na mandíbula que não se repara em oito semanas e acomete pacientes que estejam recebendo ou que receberam bisfosfonatos sistemicamente e não sofreram irradiação no complexo maxilomandibular.
Ronaldo Rettore destaca que quanto mais nova a classe do medicamento, mais potente ele deverá ser e, consequentemente, maiores efeitos colaterais e adversos também poderá provocar. Salienta que apesar da incidência da osteonecrose ser baixa na população, é um problema grave de saúde, uma vez que os tratamentos, após a instalação da osteonecrose, apresentam índices de sucessos bem restritos.